PSICOLOGIA SOCIAL E PRÁTICAS NÃO OPRESSIVAS
REFLEXÕES A PARTIR DE PAULO FREIRE
DOI:
https://doi.org/10.33872/revcontrad.v4n2.e055Palavras-chave:
Psicologia, Paulo Freire, OpressãoResumo
Embora a atuação atrelada as demandas sociais já estivesse presente na construção da Psicologia, é a implementação da Política Nacional de Assistência Social que insere formalmente a profissão na política pública de Assistência Social no Brasil. Historicamente, a Psicologia brasileira liga-se a condutas higienistas, voltadas para a manutenção das elites da época. Sua inserção na referida política social, produz a necessidade de romper com a reprodução de práticas opressivas. A partir das teorizações de Paulo Freire acerca das relações de opressão e das práticas assistencialistas, o presente trabalho buscou relacionar a atuação do psicólogo inserido no Sistema Único de Assistência Social (SUAS) com possíveis práticas opressivas, além de inserir o diálogo como norteador ético-político de atuação. Concluímos que a postura dialógica pautada na horizontalidade e no ideal de construção conjunta da realidade, conforme indicado por Freire, encontra-se alinhada com as diretrizes do SUAS, voltam-se à construção de autonomia do usuário dentro das condições concretas que envolve seu contexto social.
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