Morte, luto e vestuário no Ocidente
DOI:
https://doi.org/10.33872/conversaspsico.v5n1.lutoevestuarioResumo
Desde os primórdios, a morte se faz presente na realidade humana e, devido a essa compreensão, é fato que nascer, crescer, viver e morrer fazem parte daquilo que consideramos ser o ciclo da vida. Ao longo da história, cada sociedade construiu práticas específicas no que diz respeito aos ritos fúnebres, sendo que isso é algo bastante particular e específico de cada cultura. Um destes ritos é a vestimenta, particularmente sendo adotada a cor preta nas culturas ocidentais como a representante do luto e do pesar. Neste caminho, com este estudo buscamos realizar uma reflexão sobre como os temas do luto e do vestuário se interseccionam e produzem efeitos nos espaços institucionais, sociais e subjetivos. Assim, trata-se de uma pesquisa de Revisão de Literatura realizada por meio de busca em base de dados como a Scientific Electronic Library Online - SCIELO e o Google Books, em que também foram utilizados livros e materiais físicos encontrados em obras que versam sobre a temática. Como resultado, através de uma leitura histórica, podemos encontrar indícios de que as vestimentas características do luto se originaram no contexto inglês do século XIX, por meio da Rainha Vitória, após a perda de seu cônjuge. Ainda, pode-se dizer que a opção pela vestimenta que representasse o luto e o sofrimento dava-se em sinal de respeito à pessoa que morreu, no sentido de que sua memória não seria esquecida. Como conclusão, pode-se afirmar que o luto possui seus atravessamentos nas esferas pessoais, sociais e culturais do sujeito, na medida em que o vestuário representante do luto, mesmo que não tão intenso na contemporaneidade, ainda apresenta efeitos e representações sociais.
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