SER CRIANÇA EM INSTITUIÇÃO DE ACOLHIMENTO

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33872/revcontrad.v3n2.e042

Palavras-chave:

Criança, Acolhimento institucional, Psicologia

Resumo

O artigo tem por objetivo apresentar o resultado de uma pesquisa que buscou compreender a vivência de crianças em processo de acolhimento institucional sob a ótica fenomenológica. Participaram da pesquisa quatro crianças de sete a dez anos, acolhidas em três instituições da região noroeste do Estado do Paraná. A coleta de dados se deu por meio da observação e do contato com as crianças em suas atividades rotineiras, e, sobretudo, da escuta de suas falas nas atividades e interações com as pessoas de sua convivência nas instituições. Também se utilizou de informações contidas em seus prontuários para esclarecimentos sobre suas histórias de vida. A análise dos dados revelou três unidades de significado: 1) Motivos do acolhimento; 2) A família, e 3) O lar e a casa lar. Verificou-se que as crianças vivenciam a casa lar como punitiva, distanciando-se de seu papel protetivo e reduzindo o espaço a uma simples fonte supridora de necessidades básicas. Por outro lado, as relações ali instituídas são consideradas positivas, embora não sejam percebidas com o caráter familiar de um lar como almeja o Estatuto da Criança e do Adolescente.

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Biografia do Autor

Lucia Cecília Silva, Universidade Estadual de Maringá - UEM

Orientadora da dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Maringá, Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Departamento de Psicologia, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, 2018. Email: lcsilva2@uem.br

Alexsandra da Silva de Oliveira, Universidade Estadual de Maringá - UEM

Orientanda da dissertação (mestrado) pela Universidade Estadual de Maringá, Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Departamento de Psicologia, Programa de Pós-Graduação em Psicologia, 2018. Email: ale_stt@hotmail.com

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Publicado

2023-03-08