BRANQUITUDE COMO TECNOLOGIA DA SAÚDE HEGEMÔNICA

Autores

DOI:

https://doi.org/10.33872/revcontrad.v3n2.e037

Palavras-chave:

Branquitude, Decolonial, Agentes de saúde

Resumo

Um ensaio, um giro do gesto de cuidar, um devir antirracista da saúde. Retratamos aqui uma busca por compreender e produzir formas de cuidado e de saúde, que seguem em disputa de forma global, desde o início da modernidade. Partimos da lógica biomédica instrumental perspectiva ao debate sobre as formas de atualização da colonialidade no processo de cuidado, imbricandando-se nas estruturas de exploração-dominação-opressão, em especial a raça, como problema central da humanidade e invenção da modernidade, desdobrada nas expressões da desigualdade e do racismo. Considerando a complexidade dessas questões, este trabalho não tem intuito de reproduzir a lógica hegemônica, mas de produzir novas perguntas e incômodos. Assim com características ensaístas, ele está atravessado pelo pensamento decolonial, os fundamentos filosóficos e epistemológicos da fenomenologia numa perspectiva crítica, e as discussões sobre racismo e branquitude, refletindo sobre a normatização da branquitude como fenômeno que sustenta as tecnologias de produção de saúde hegemônicas.

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Biografia do Autor

Gabriela Canhadas, Pontifícia Universidade Católica – PUC/SP

Pós-graduada em Teorias e Técnicas para os Cuidados Integrativos (UNIFESP). Bacharel em Psicologia pela PUC-SP. Psicóloga clínica. E-mail: gabi.canhadas@gmail.com

Beatriz Borges Brambilla, Pontifícia Universidade Católica – PUC/SP

Psicóloga. Doutora em Psicologia Social.  Mestra em Psicologia da Saúde. Docente do curso de Psicologia e colaboradora do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica na PUC/SP. E-mail: comafetividade@gmail.com

Luis Eduardo Franção Jardim, Pontifícia Universidade Católica – PUC/SP

Psicólogo Clínico e Docente na PUC-SP com mestrado em Psicologia Clínica em Fenomenologia pela PUC-SP, doutorado em Psicologia Social e do Trabalho pela USP-SP, com tese sobre os impactos da ditadura civil-militar no cotidiano do brasileiro. No campo da fenomenologia existencial, pesquisa violência, dominação, colonialidade e seus desdobramentos na sociedade e na clínica. Email: luisfjardim@yahoo.com.br

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Publicado

2022-12-12