VIOLÊNCIA OBSTÉTRICA
PRECISAMOS FALAR SOBRE O ASSUNTO
DOI:
https://doi.org/10.33872/revcontrad.v3n1.e032Resumo
O momento do parto na vida de toda mulher, tem características mágicas, transição de fases de vida, em que o novo e o desconhecido lhes são apresentados. Mas como todo novo, vem recheado de medo, dúvidas e inseguranças, envolto por um turbilhão de emoções das mais distintas possíveis. A evolução dos direitos das mulheres trouxe inúmeras garantias previstas em Lei, mas a realidade muitas vezes apresenta um quadro em que estas previsões não fazem parte, nem se quer são lembradas. A violência obstétrica é uma realidade que muitas mulheres já vivenciaram nas mais diversas tipicidades e tantas outras sofrem por medo de na hora do parto se deparar com este desconhecido que irá marca-las para o resto da vida. O presente estudo justifica-se ante a necessidade de esclarecer os direitos de todas as mulheres e a busca por fazer valê-los, nas maternidades públicas e privadas, assegurando a todas as gestantes, um momento de expectativa cheio de boas memórias. Procedimentos desrespeitosos e violentos, advindos de médicos e suas equipes, trazem à tona constantemente a histórica submissão feminina e o quanto estas se calam diante de uma realidade cruel. Através dos princípios da Bioética e da autonomia, apresentando a dignidade da pessoa humana como pressuposto para qualquer garantia de direito adquirido, fazendo-os presentes na realidade, possibilitando a todos uma visão mais ampla sobre toda a problematização que envolve a violência obstétrica. Empregou-se o método teórico bibliográfico, consistente na análise de obras e artigos científicos que versam sobre o tema.
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