A autoestima da mulher negra frente aos padrões de beleza impostos pela branquitude

Autores

  • Sandra Constante Unifatecpr
  • Pedro Carneiro UTFPR

DOI:

https://doi.org/10.33872/conversaspsico.v5n2.e004

Palavras-chave:

Mulher negra; Autoestima; Padrão de beleza.

Resumo

RESUMO. Cada vez mais mulheres negras vem assumindo sua beleza natural, com todos seus traços, cor da pele, volume e textura de seus cabelos. O cabelo da mulher negra como símbolo de uma resistência vem ganhando espaço onde o liso era soberano. Atualmente podemos dizer que a beleza negra vem sendo aos poucos reconhecida e legitimada em alguns poucos setores, mas continua a encontrar resistência e opositores. Até pouco tempo atrás, o negro não era considerado belo, mas sim sinônimo de traços grosseiros, pouco refinados, uma raça inferior. A estética apreciada e almejada, portanto, é a do padrão europeu, que se mantém ao longo dos anos sendo alimentada e validada pela supremacia branca - branquitude. O processo de colonização deixou cicatrizes. Cicatrizes que de tão profundas não permitiram às mulheres negras enxergarem em si uma beleza única e singular. As tornou mutiladoras de seus próprios corpos e símbolos, encurraladas pela necessidade de inclusão, aceitação, proteção e respeito. Desta forma, este artigo tem como objetivo incentivar mulheres negras a reconhecer e legitimar a beleza afrodescendente, não validando e não se rendendo aos ataques feitos pela indústria cosmética e mídias para se automutilarem para se enquadrarem em um padrão discriminatório, segregador e profundamente racista.

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Biografia do Autor

Sandra Constante, Unifatecpr

Estudante do décimo período de Psicologia da Unifatec-PR, Tecnóloga em Logística (UP), Bombeira Militar (PR).

Pedro Carneiro, UTFPR

Psicólogo, Mestre em Planejamento e Governança Pública (UTFPR), Doutorando em Tecnologia e Sociedade (UTFPR).

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Publicado

2024-09-01