(Re)criação de espaços de rede e de atenção integral às mulheres
práticas interventivas na formação em Psicologia
DOI:
https://doi.org/10.33872/conversaspsico.v5n1.rededeatencaoPalavras-chave:
Gênero, Rede de Atenção Integral, CartografiaResumo
Os escritos a seguir foram construídos por meio de vivências experienciadas no estar em Estágio Supervisionado Curricular Obrigatório Específico I e a partir da obrigatoriedade da produção de um Trabalho de Conclusão de Curso para a graduação em Psicologia, oferecida pela Universidade Paranaense (UNIPAR). Tendo como objetivo (RE)pensar a rede de atenção integral voltada às mulheridades, busca refletir sobre práticas interventivas na formação em Psicologia neste âmbito, para tanto elencamos a Cartografia enquanto metodologia molecular, da ordem do acontecimento, dos devires, que está no entre e não define começo, meio e fim. Falamos de espaços em que aconteceram as intervenções das práticas de estágios, sendo que cada uma das estagiárias foi para um ponto diferenciado da rede de atenção integral à mulher, os quais sugeriam demandas como visitas domiciliares, busca ativa, estratificação em saúde mental, acolhimento psicossocial e promoção de direitos. Objetivando intervir com as demandas apresentadas nos estabelecimentos de estágio, foram elencados diferentes tópicos reflexivos que transitam entre as deficiências de espaço, financiamento e comprometimento do próprio poder público para o atendimento de forma integral a saúde da mulher, pontuando o compromisso ético, estético e político da Psicologia enquanto ciência e profissão junto a essas usuárias.
Downloads
Referências
ANZALDÚA, Gloria. Falando em línguas: uma carta para as mulheres escritoras do terceiro mundo. Revista Estudos Feministas, v. 8, n. 01, p. 229-236, 2000.
BOCK, Ana Mercês Bahia. A Psicologia a caminho do novo século: identidade profissional e compromisso social. Estudos de Psicologia, Natal, v. 4, p. 315-329, 1999.
BRASIL. Lei Nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993. Dispõe sobre a organização da Assistência Social e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 1993.
BRASIL. Lei Nº 11.340, de 07 de agosto de 2006. Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8º do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal; e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 2005.
BRASIL. Lei Nº 11.788, de 25 de setembro de 2008. Dispõe sobre o estágio de estudantes; altera a redação do art. 428 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, e a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996; revoga as Leis nos 6.494, de 7 de dezembro de 1977, e 8.859, de 23 de março de 1994, o parágrafo único do art. 82 da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e o art. 6o da Medida Provisória no 2.164-41, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, 2008.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Política nacional de atenção integral à saúde da mulher: princípios e diretrizes. Brasília: Ministério da Saúde, 2004.
BRASIL. Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Saúde. Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher – Princípios e Diretrizes. Série Projetos, Programas e Relatórios. Brasília: Ministério da Saúde, 2011.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Núcleo Técnico da Política Nacional de Humanização. Política Nacional de Humanização. Brasília: Ministério da Saúde, 2013.
BRASIL. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Norma Operacional Básica do Sistema Único de Assistência Social. Secretaria Nacional de Assistência Social. Brasília, 2012. Disponível em: www.mds.gov.br/webarquivos/arquivo/assistencia_social/nob_suas.pdf Acesso em: 23 jul. 2023.
BRUNINI, Bárbara Cossettin Costa Beber. Ad/mira/ação: mulheres docentes feministas e suas práticas descolonizadas na formação em psicologia. 2022. 130 p. Tese (Doutorado em Psicologia) - Programa de Pós-Graduação em Psicologia do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes da Universidade Estadual de Maringá, Maringá, 2022.
BUTLER, Judith. Corpos em aliança e a política das ruas: notas para uma teoria performativa de assembleia. (Trad. Fernanda Siqueira Miguens). Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2018.
CARNEIRO, Altair de Souza. Deleuze & Guattari: uma ética dos devires. 2013. 115f. Dissertação (Mestrado em Filosofia) - Universidade Estadual do Oeste do Paraná, Toledo, 2013.
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Referências técnicas para atuação de psicólogas (os) no CAPS - Centro de Atenção Psicossocial. Conselho Federal de Psicologia. Conselhos Regionais de Psicologia. Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas. Brasília: CFP, 2022.
CONSELHO FEDERAL DE PSICOLOGIA. Contribuições do Conselho Federal de Psicologia à discussão sobre a formação da(o) psicóloga(o). Brasília: CFP, 2013.
COLLING, Ana Maria; TEDESCHI, Losandro Antônio. Dicionário crítico de gênero. Dourados: Universidade Federal da Grande Dourados, 2019.
CRENSHAW, Kimberlé Williams. Demarginalizing the intersection of race and sex: a black feminist critique of discrimination doctrine, feminist theory and antiracist politics. University of Chicago Legal Forum, 1989.
DELEUZE, Gilles. O abecedário. Entrevista a Claire Parnet. (Transcrição e tradução do vídeo de T. Tadeu da Silva). 1988.
DELEUZE, G.; GUATTARI, F. Mil platôs: capitalismo e esquizofrenia. (Trad.Aurélio Guerra Neto, Ana Lúcia de Oliveira, Lúcia Cláudia Leão e Suely Rolnik.). vol. 3. Rio de Janeiro: Editora 34, 1995.
DELEUZE, G.; GUATTARI, F. Mil Platôs: capitalismo e esquizofrenia. (Trad. Suely Rolnik). vol. 4. Rio de Janeiro: Editora 34, 1997.
DELEUZE, G.; GUATTARI, F. KAFKA: para uma literatura menor. (Trad. Rafael Godinho). Lisboa: Assírio e Alvim, 2003.
FIGUEIREDO, Mariana Dorsa; CAMPOS, Rosana Onocko. Saúde Mental e Atenção Básica à Saúde: o apoio matricial na construção de uma rede multicêntrica. Saúde em Debate, v. 32, n. 78-79-80, p. 143-149, 2008.
FONSECA, Tania Mara Galli; KIRST, Patrícia Gomes. (Orgs.). Cartografia e devires: a construção do presente. Porto alegre: UFRGS, 2003.
FOUCAULT, M. Ditos e escritos II: arqueologia das ciências e histórias dos sistemas de pensamento. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2005.
FOUCAULT, M. História da loucura na Idade Clássica. São Paulo: Perspectiva. 2008.
GODIM, Grácia Maria de Miranda; MONKEN, Maurício. Territorialização em saúde. In: PEREIRA, Isabel Brasil; LIMA, Julio César França. Dicionário da Educação Profissional em Saúde. 2. ed. Fundação Oswaldo Cruz. Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio. Rio de Janeiro, 2009.
HUR, Domenico Uhng. Psicologia, política e esquizoanálise. Campinas: Alínea, 2018. 194p.
KASTRUP, Virginia; PASSOS. Eduardo. Cartografar é traçar um plano comum. vol. 25, n. 2, pp. 01-18. Fractal: Revista de Psicologia, Niterói, 2013.
LIMA, Elizabeth Maria Freire de Araújo; YASUI, Silvio. Territórios e sentidos: espaço, cultura, subjetividade e cuidado na atenção psicossocial. Saúde em debate, v. 38, p. 593-606, 2014.
LERNER, Gerda. La creación del patriarcado. (Trad. castellana de Mónica Tusell). Barcelona: Editorial Crítica, 1990.
LORDE, Audre. Irmã outsider. (Trad. Stephanie Borges). Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2019.
MARANEZI, Giovana; PENHA, Cíntia Bernardes da. O fazer do psicólogo: experiência de estágio em psicologia no centro de referência especializado em assistência social (CREAS). Brazilian Journal Of Development, Curitiba, p. 20263-20274, 2022.
MDS. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Secretaria Nacional de Assistência Social. Orientações Técnicas: Centro de Referência de Assistência Social – CRAS. Brasília: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, 2009. 72p.
MDS. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Secretaria Nacional de Assistência Social. Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais. Brasília: Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, 2014. 64p.
OLIVEIRA, Isabel Fernandes de et al. Atuação dos psicólogos nos CRAS do interior do RN. Psicologia & Sociedade, v. 26, p. 103-112, 2014.
PAREDES, Marina Bergstrom; BICHIR, Renata Mirandola. Interseccionalidade e Políticas Públicas: Articulações Possíveis. In: Boletim de Políticas Públicas. Observatório Interdisciplinar de Políticas Públicas. 20. ed. São Paulo: USP, 2022. p. 19-24.
PASSOS, Eduardo; KASTRUP, Virgínia; ESCÓSSIA, Liliana da. (Orgs.). Pistas do método da cartografia: pesquisa-intervenção e produção de subjetividade. Porto Alegre: Sulina, 2009.
PERFEITO, Hélvia Cristine Castro Silva; MELO, Sandra Augusta de. Evolução dos processos de triagem psicológica em uma clínica-escola. Estudos de Psicologia, Campinas, n. 8, abr. 2004.
PINTO, Larissa Marques. Acomodando um jeito a cada incomodar. Curitiba: Appris, 2022. 129p.
PNAS. Política Nacional de Assistência Social. Versão oficial. São Paulo: Cortez, 2004.
ROLNIK, Suely. À sombra da cidadania: alteridade, homem da ética e reinvenção da democracia. In: MAGALHÃES, Maria Cristina Rios (Org.). Na sombra da cidade. São Paulo: Escuta, 1995. pp. 141-170.
SANTOS, Milton. O país distorcido: o Brasil, a globalização e a cidadania. São Paulo: Publifolha, 2002.
SCOTT, Joan Wallach; Gênero: uma categoria útil de análise histórica de Joan Scott. (Trad. Guacira Lopes Louro). Educação & realidade. Porto Alegre. v. 20, n. 2, p. 71-99, 1995.
SOUZA, Marcelli Machado da R. Tipificação dos serviços e reordenamento institucional na política de assistência social: reflexos nas instituições católicas e espíritas que integram a rede socioassistencial do Rio de Janeiro. 2009. Disponível em: https://www.puc-rio.br/ensinopesq/ccpg/pibic/relatorio_resumo2016/relatorios_pdf/ccs/SER/SER-Marcelli%20Machado%20da%20R.%20Souza.pdf. Acesso em: 25 jul. 2023.
UFMS. Como acontece o acolhimento. Acolhimento psicológico à comunidade externa. CPAR – Campos Paraíba. [s.d.]. Disponível em: https://cpar.ufms.br/clinica-de-psicologia/acolhimento-psicologico-comunidade-externa/como-acontece-o-acolhimento/#:~:text=O%20ACOLHIMENTO%20em%20Psicologia%2C%20assim,e%20uma%20busca%20por%20mudan%C3%A7as Acesso em: 11 jun. de 2023.
UNIPAR. Guia de Estágio: avaliação dos estágios supervisionados específicos do curso de psicologia 2023. Umuarama: CPA, 2023.
YASUI, Silvio; LUZIO, Cristina Amélia; AMARANTE, Paulo. Atenção psicossocial e atenção básica: a vida como ela é no território. Rev. Polis Psique, Porto Alegre, v. 8, n. 1, p. 173-190, abr. 2018. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2238-152X2018000100011&lng=pt&nrm=iso Acesso em: 05 set. 2023.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2024 Ana Cássia Hungaro Cogo, Milene Favero Dociati Maetiase, Rafaela Ana Zuntini Costa, Bárbara Cossettin Costa Beber Brunini
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Licença CC-BY-NC -
"Conversas em Psicologia" adota a licença Creative Commons BY-NC do tipo "Atribuição Não Comercial". Essa licença permite, exceto onde está identificado, que o usuário final remixe, adapte e crie a partir do seu trabalho para fins não comerciais, sob a condição de atribuir o devido crédito e da forma especificada pelo autor ou licenciante".
Os(as) autores(as) serão detentores dos direitos autorais do artigo.