"Quem sou eu no baile?": O movimento do funk na construção de identidades
DOI:
https://doi.org/10.33872/conversaspsico.v6n2.e004Palavras-chave:
Funk, Identidade, MúsicaResumo
A música, enquanto linguagem que atravessa gerações, extrapola a função de entretenimento e preferências pessoais, funcionando também como uma ferramenta para produzir e potencializar culturas por meio dos seus diferentes gêneros. O funk brasileiro, além de consolidar seu gênero musical, constitui-se como voz de celebração cultural, denúncia social e afirmação de identidade para indivíduos periféricos e marginalizados pela sociedade, que frequentemente têm seu espaço e identidade anuladas e/ou roubadas. Diante disso, o presente artigo tem como objetivo compreender o papel do funk na construção de identidades periféricas, apoiando-se em elementos que compõem a cultura, como a música, a estética e seus signos. O referencial teórico foi construído a partir da metodologia da revisão narrativa, prosseguindo-se à análise de conteúdo sob abordagem qualitativa. O estudo também se apoia em conceitos da Psicologia Social para explicar a construção de identidades individuais e coletivas, relacionando-as ao poder da arte como manifestação identitária e cultural. Os resultados obtidos consistem em perceber a visibilidade de realidades silenciadas, por meio de relatos nos trechos musicais.
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